quinta-feira, 17 de abril de 2008

VAGA-LUMES

Lá onde agora você não vê
Eu te espero pra mais tarde
Num bocado de nem ter o que fazer
Um final da tua sacanagem
Um pouco de justiça para o meu peito
Este saco de pancada que não cabe na sua mão

Incineraram os vaga-lumes
As boas idéias acabaram?
E para as suas crianças o céu é solidão
A lua
Um buraco claro no certo
Esse moderno torto certo

Mas lá onde agora você não vê
Eu te espero pra mais tarde

terça-feira, 15 de abril de 2008

MEU ANJO-MONSTRO

Liberta o corpo do pano da coberta
O sol pendurado a zero graus dos olhos
Boca maldita por dizer que nem entende o hábito comum
Que nem se compreende no hálito metálico do caixa automático
O que você quer mesmo saber?
O pico dos arranha-céus
Alçapão das almas
Vê que ele nem tem espaço pra voar dentro do terno azul

Ah
Esse terno azul tão alinhado
Tão comportado
Tão alinhado na contra-mão do meu sorriso
Somos tão mal interpretados
Somos tão mal aproveitados
Foi sábado... hein?

Monstro repugnado assoviando na sala dos bons meninos
Na ripa
Chutado, vaiado, fodido
Mas no riso o anjo
Cuspido a cara do sonho que não se caça com a caneta sobre o talão gelado
O que você quis mesmo saber?
Já foi passeando de olhos pelados
Pelas besteiras do mundo
Guardando em silêncio a beleza
Leveza e som... Hoje tá tudo apagado