segunda-feira, 18 de julho de 2016

É CEDO AINDA

Hoje enfim tomei a decisão
Depois de tanto tranco, gole seco e bituca no escuro
Fui franco
Despedi meu coração
Hoje enfim peguei minha contramão
Quando desumana a noite caiu sobre o meu peito
Fui pra minha cama
Não saí com a solidão
E quando ouço as linhas bêbadas de um poema
Digo sem pena:
Quero mais não
Quero mais não
E quando ouço as notas loucas de uma canção
Digo sem pena:
Não canto mais não
Não canto mais não
Hoje por fim você me disse não
Veio a noite e te chamei pra sair por esse mundo
Fez cara de açoite
Não segurou na minha mão
Amanhã você recobra minha razão
Eu bato forte e você dá a sua cara pra bater
Pede-me um norte
Te faço chorar
Te faço rir
Sou só um louco coração
Sou só o teu coração
E quando a música calar num boteco da vida
Dirá sem medo:
É cedo ainda
É cedo ainda
E quando minha voz te apertar antes do dia
Rabiscará numa esquina:
É tanto que tenho que não cabe apertado aqui comigo

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Neném

Não, neném
Não perco meu tempo em saber de você
Se teus dias são de rir ou são de sofrer
Não anseio dizer-te bom dia nem vá te foder

Essa coisa é minha
E essa coisa eu não ponho a perder
É meu peito que passeia sorrindo outra vez
Esqueça de mim
Faça como eu
Cuide mais de você