terça-feira, 30 de setembro de 2008

DIFÍCIL

Num filme
Num ponto de ônibus
Na conversa do pai
Nas costas que se distanciam dizendo olá quando alguém se vai
O difícil de ser gente é perdoar
Perdoar os outros
Perdoar os bolos
Os bobos
O difícil de ser gente é perdoar a gente
E seguir pra lá
Pra lá

Num botequim
Num escritório
No sermão do padre
No vazio que ocupa o espaço de alguém que não vai voltar
O difícil de ser gente é perdoar
Perdoar os tombos
Perdoar o jeito
Os medrosos
O difícil de ser gente é perdoar a gente
E seguir pra lá
Pra lá
É ver o que achamos que é nosso se afastar
E erguermos o braço acenando boa viagem

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

UM POUQUINHO




Sabe? Um pouquinho...
Quase um tanto pra aparecer por aí com a cara exposta
Um tanto de uma alegria plástica... as linhas do riso
Sem gosto eu sei... mas só um pouquinho
Quase um tanto
E de tanto ser um quase a gente acredita
Um pouquinho
Um tiquinho
Que tudo era de verdade entre o começo e o fim do beijo

...ALGUÉM DANÇAVA


Foi lá na Olido, na avenida São João...
Fui pra encontrar o Glau e, antes de percebê-lo por lá, um som me cumprimentou primeiro. Eu não sabia... gente se movendo num ar morno de tanto usado.
Quando vi, de surpresa, estava lá rodopiando em volta do meu corpo... não as pessoas que se sacudiam mas o som.
Música... o comprimido que me faz agüentar todas as besteiras que espalhamos pelo mundo.
A saída que eu pego pra seguir na contra mão disso tudo e agüentar esse planeta.
E eu sou um dançarino... me acabo de dançar. Não com o corpo mas com o peito.