terça-feira, 21 de abril de 2009

MACHUCADO


Eu sei mais de você do que pensas
Vá logo bem pra lá
Anestesiar o teu coração com a razão dos duros
Dos covardes
Abanar o machucado que deixei em você
E que ainda não confessa
Que sou eu quem você quer pra assoprar

Vá logo bem pra lá
Balançar a cabeça dizendo que um novo chegou
Que a paixão te ganhou
E mesmo os dias à tua frente serão mensageiros meus
Dizendo a você pra me procurar
Pois saudade tamanha
É sombra do amor que levas pra lá e pra cá

Eu nem sei mais de você
Tenho que te esquecer
Vou inventar outro alguém pra anestesiar o meu peito
Hoje duro e covarde
Avisar teus sentidos que me socorras do abismo
Que é viver sem você

Finjo te esquecer
Finjo que somos amigos
E o que está no fundo de mim eu sufoco comigo
Pra te dar um pouco de sofrer
Pra você merecer
O coração que me fala
Que saudade tamanha
É a sombra do amor que levo pra cá e pra lá

segunda-feira, 20 de abril de 2009

ENTÃO SOSSEGA

Sossega
A dor é lenta mas sossega
Meu coração sangrou na rodovia
Atropelado por você
Teu silêncio
Teus olhos me engolindo
Teu carinho me evitando
Até o vento parou na Anchieta
Então sossega

Sossega
A saudade é foda mas sossega
Minha boca nem mais te chama
Feito que te fazes de surda
Pro perdão
Pro calor que eu tenho
Pro abraço que ofereço
Mas que morre já quando imagino
Então sossega

Sossega
De manhã os olhos reclamam
Molhando as mangas da camisa
Puxei bem fundo
O ar
O sono que não tive
O mundo que me esquece
O desconforto tomou teu lugar na cama
Então sossega

Nem a casa nem a grana
Nem um capricho meu
Por que inventa tantas estradas entre a gente
Se meu corpo é viciado no teu?

A conta que se levanta
Pra repartir em dois
Em mil
Em mil
Amor
Amor
Que se dane o tempo... Você vai saber

Eu só quero a tua alma colada à minha
Mas hoje nem é ainda o dia
Da nossa imensa euforia
Então sossega enquanto eu digo adeus

segunda-feira, 13 de abril de 2009

FICA QUIETA


Aquieta o corpo no sofá
O controle atende à sua mão
Meio sono
Meia luz
Televisão
Meia boca
Na meia luz a solidão

Desfila o olhar nas coisas da casa
O silêncio até tem o gosto da canção
Meio solto
Meio longe
Furacão
Meio tonta
Na boca espreme meu nome em vão

Fica quieta
Quando acordo teu coração
Teima quieta
Quando acordo no teu coração

Ajeita a alma em teu corpo
O travesseiro atende à sua mão
Meio turvo
Meio muda
Televisão
Meia boca
E na boca a minha visão

Fica quieta
Quando acordo teu coração
Teima quieta
Quando acordo no teu coração

Fica quieta
Mesmo quando finge que não

sexta-feira, 3 de abril de 2009

DIZ VOCÊ

É tão engraçado saltar entre as pedras
Um arranhão a mais
Um desperdício a menos
O que você sabe mesmo
É que o espinho algumas vezes pinta as unhas de vermelho

Posso rir então
O que é que tem?
Posso rir pois eu já chorei
Agora de quem é a vez ?
Diz você

É tão escancarado todo esse veneno
Um sorriso ao acaso
Um dia a gente se entende
O que eu carrego mesmo
É toda a cor do silêncio calmo que a dor não agüenta

Pode ser então
O que é que tem?
Pode ser o tempo errado
Afinal o que é querer bem?
Diz você