domingo, 26 de junho de 2011

DE MOLHO


Entregue ao silêncio da casa
Você para as coisas à sua volta
O que jaz cativa hoje você solta
Arranca do peito aquela coisa

Entregue ao silêncio da casa
A tosse que rasga o escuro
A memória que derruba aquele muro
Os olhos onde tua saudade vaza

A voz não chega hoje... e ambos sabem
A mão não afaga hoje... e ambos sabem
Não há corpos sob as cobertas
Não há palavras sacanas
Só lembrança

Livre nesse trampolim onde na noite o teu olhar foge
Enquanto o mundo pergunta por você do lado de fora


quinta-feira, 2 de junho de 2011

UMA PRECE NO SILÊNCIO

Quando não te cabes aí dentro
Latente do fermento do universo
O sal do mar na narina
O ar puxado com calma
O sol de uma manhã serena
Perdida nas páginas do livro destes olhos

Quando não te cabes aí dentro
É que te aprontam mesquinhos desaforos
Os dedos rijos mirando teu rosto
O discurso do velho... do mesmo

O que sabem eles dentro de seus aquários?
O que sabem eles do teu oceano de sentimentos?
Tuas saudades abissais
Tua insistência diante da rocha
Corações de pedra
Emoções de vento

Quando não te cabes aí dentro
É que te cospem as cobras todo o veneno
Então aí é que tens que ter tua calma
Tua ciência desse escancarado segredo
Teu ouvido para o sussurro do tempo

Força
Força é o teu pensamento