terça-feira, 20 de julho de 2010

E QUE O MUNDO ME OUÇA

Sem cadeados para os meu olhos hoje
Sem tempo para inventar minha culpa
Que seja sempre feito um começo
A janela nova
O dia novo
Novo mundo
Nova aurora
Novo planeta
Que seja sempre esse meu único possível sentimento
O universo todo o quintal de minha casa

Fracasso com a ditadura das almas
Fracasso no sermão hipócrita de quem não tem marcas
Não tem os joelhos machucados por não se arriscar fora da fria segurança
Falsa segurança dos sempre certos
Dos corações enferrujados que vivem agarrados ao peito de seus donos
Quando na verdade seriam livres se ardessem bêbados nas mãos de outra pessoa
E que o mundo me ouça
Há tempos deixei o meu nas mãos daquela moça

quarta-feira, 14 de julho de 2010

NA RUA


Na rua uma gente formigueiro a se cutucar
Queixo preso aos pés nem percebe o luar
Que eu finjo que foi presente meu pra nós
Quando você finge que está muito longe pra eu te apanhar

Na rua hora só buzina a se masturbar
Hora o silêncio a cantarolar
Todos os segredos que cada um esconde de si
Bem que podia abrir a porta e ser você a rir

Um terno amargo fedendo lorota
O pneu opaco lambendo a poça
Nossa...
Olha a casca banguela daquele estrela caída sorrindo pra nós!

O céu de nós
O véu que cerca toda a tua boca flor
Meu céu de luz
Meu copo americano
Abajur cruz do meu amor!

Na rua vento lança cega a me acertar
Olho de porta fechada para o meu olhar
Nem percebe todo meu ouro do lado direito
E eu penso que é meu defeito não querer explicar

Treme a calçada o metrô embaixo
Treme na calçada a pele descalça de algum abraço

O céu de nós
O véu que tranca todo teu corpo calor
Meu céu depois
Meu copo americano
Confessionário do meu amor!

terça-feira, 13 de julho de 2010

JOGO

Eu sempre escapo de não saber de você
Eu sempre teimo em contar tudo enquanto olho
Enquanto calo a minha boca e deixo pedaços do que sonho decorando a sala
Soprando pelo ar do mundo
Por aí
E eles sempre alcançam teus poros
Bagunçam teu colo
Tua boca gasta de tanto usar a palavra duvido

Onde eu mataria isso se isso nem sabe que um lado triste meu existe?
Onde eu viveria secreto e imune à mim mesmo?

Então eu sempre escapo de não saber de você
E você finge que escapa de mim
Até a hora de você escapar comigo

domingo, 11 de julho de 2010

FEITO VOCÊ

Sabe aquilo?
Uma euforia sem pergunta alguma
Feito quem gritou o gol em 58 sem nem ter visto o chapéu
Feito a voz que chega pelo corredor anunciando: Nasceu!

Então sou eu mais fraco por acreditar em alguém?
Então sou eu quem perde tempo por chorar a rebeldia do meu coração?
Sei

E agora sobra só a voz da tua covarde razão?
Tua alma de pés no chão
É como você se deita no seu colchão
E como você se esconde do frio se cobre teu olhos com toda essa escuridão?
Como você se esconde de mim se eu vivo correndo nu pelo teu coração?

Sabe aquilo?
Uma alegria sem vergonha alguma
Feito quem girou com os olhos cheios de riso fora dessa gente
Feito quem me lembrou que já era a hora de perder meu coração
Feito você

Mas onde você guardou você então?