domingo, 30 de novembro de 2008

HÃ?


A voz saindo pela boca
Um jeito
Vezes certo
Vezes erro
Vezes meigo
Vezes grito
Adeus
Saudade e desespero
A canção do que foram os erros
Mas depois de um tempo
Quando a boca se fecha
A voz estacionada no peito
Feito Raul de Souza soprando algum triste contentamento
Será que nessa hora vamos nos perdoar de nós mesmos?
Hã?

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

JÁ FOI?


Vê, meu bem?
A multidão vem em ondas
Uma maré que sobe a cada metrô
E desemboca na Sete de Abril com a Ipiranga

Sim
Alguma coisa acontece no meu coração
E é desde oitenta quatro
Quando, em coro, a nação cantava sua automedicação
Sem saber que direta era só a queda
Para o sono que viria então

A culpa é daquele
É do fulano
É do vizinho
Do outro
De alguém que existe só na nossa imaginação

Dorme
Entre um engarrafamento e um escândalo
Entre a violência e a novela dos oito
Entre um carnaval e outro
Uma copa do mundo
Bela merda
Que a gente exibe com excitação

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

DESMONTADO

Desceu a última gota de dor
Do espasmo amanheci com o sol
Um perdão tataravô me acertou
Olá... Olá... Olá...

Deixei os dois no vão
Os dois parados no céu
Os dois parados na rua
Mas foi só na lua que meu olhar se aquietou
Quando minha alma bandeou pro meu lado
E voltou pra casa
E isso foi ontem
Foi já
E depois, e depois...

Desceu a última gota de dor
Da ilusão de achar que havia um lugar em teu peito
Pra amontoar o meu