terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Fundo de Copo

Vou por aí porque preciso
Vou por aí meu velho amigo
Deixei algo de mim
Algo de ti ou de tudo
Algo que enfim me traduzia pro mundo

Quando parti feito um louco
Tatuei uma saudade em meu corpo
Pra matar em algum fundo de copo

O riso
O conselho
A burrada
O futebol
A ressaca
A madrugada que a gente rasgou num bilhar
Ou numa calçada

Não lembro
Não sei
Mas há algo que hoje me falta
Que me habitava feito um anticorpo

E que hoje eu busco em algum fundo de copo

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Um Curta

Havia uma janela
O meu reflexo tristonho
O choro bobo
Porra, há um buraco nessa lágrima
De onde escorre a minha alma
De onde cai a alegria que ponho de castigo
De onde eu me nego pra quem talvez me ame

E assim, talvez
Talvez o medo
Talvez o resto do barato
Do rolé na minha velha bicicleta
Da ressaca da década de oitenta
Talvez só a falta de saco pras bobagens importantes

Mas desta merda vem o discurso
Vem o aerosol colorido nos olhos abobalhados
Qualquer besteirol cuspido numa novela
É osso
É o poço onde se atola essa gente toda

Quando choro sou um pobre solitário
Quando rio sou um cachorro filho da puta
Eita mundinho que só curte um curta