segunda-feira, 15 de maio de 2017

Nem medalha nem a canalha

Pinte a parede com o que digo
Guarde o que eu calo
Não me julgue com tua régua
Não me entenda
Nem tente
Não vim pra ser uma foto num catálogo
Eu me ajeito e te escapo

Conte uma piada a meu respeito
Guarde o teu desejo
Não me vença no veludo trêmulo
Não me aceite
Nem tente
Não vim pra um passeio no parque
Eu me sujo pois eu quero

Eu apanho quando eu quero
Eu te apanho quando eu quero
E tchau…

Espalhe por aí os meus defeitos
Guarde o meu coração
Numa varanda para o esquecimento
Numa cripta breve
Nenhum presente
Nem medalha nem a canalha
Eu morro e sigo…
Eu morro e sigo sendo o teu descontentamento

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Linha 22

Não te entendo
A chuva já desceu
Gastou toda a gota no cálcio dos meus ossos
E mesmo assim
Teimosamente... escondes tua lua


Não te entendo
O foco já nublou
Gastou sua pureza na aspereza dos boletos
E mesmo assim
Caprichosamente... escondes tua lua


E eu fico sem ter onde correr
Sem ter onde rir
Sem ter onde escapar da rigidez que hoje assola o meu coração
Sem ter onde morrer desse ponto onde eu desci... e me vi adulto e chato