terça-feira, 15 de abril de 2008

MEU ANJO-MONSTRO

Liberta o corpo do pano da coberta
O sol pendurado a zero graus dos olhos
Boca maldita por dizer que nem entende o hábito comum
Que nem se compreende no hálito metálico do caixa automático
O que você quer mesmo saber?
O pico dos arranha-céus
Alçapão das almas
Vê que ele nem tem espaço pra voar dentro do terno azul

Ah
Esse terno azul tão alinhado
Tão comportado
Tão alinhado na contra-mão do meu sorriso
Somos tão mal interpretados
Somos tão mal aproveitados
Foi sábado... hein?

Monstro repugnado assoviando na sala dos bons meninos
Na ripa
Chutado, vaiado, fodido
Mas no riso o anjo
Cuspido a cara do sonho que não se caça com a caneta sobre o talão gelado
O que você quis mesmo saber?
Já foi passeando de olhos pelados
Pelas besteiras do mundo
Guardando em silêncio a beleza
Leveza e som... Hoje tá tudo apagado

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