sábado, 18 de setembro de 2010

QUE SEJA

É tão perto e tão secreto
No tempo chuvoso
No quieto do quarto
O relâmpago
Deus dizendo meu nome
Falando comigo
Contando o que eu guardo
E que não te confesso
Mas é sempre o teu rebelde juízo
O cabelo, a voz, a boca num arco
Teu sorriso

É tão perto e tão secreto
Na manhã absurda
Na lágrima catapulta
A vigília
O barulho do sol subindo
Falando comigo
Cobrando o que eu não digo
E que não te confesso
Mas é sempre o gozo de tua mão
Os olhos, as ancas, as sardas
Teu coração

É tão perto e tão secreto
Na tarde que boceja
No céu que amarela
O crepúsculo
O céu perdido comigo
Falando pra mim
Lembrando o que eu não esqueço
E que não te confesso
Mas é sempre teu doce deserto
O colo, o peito, o quero
Teu busto

É tão perto e tão secreto
Na lua pendurada
A amiga madrugada
A cachaça
Deus me puxando do tombo
Falando comigo
Cuidando do que eu vivo
E que não te confesso
Mas é sempre o que minha alma vê
Um nome, o nome, o nome
Você

Palavra desafogada da minha solidão
Que seja amor então

Um comentário:

Um devaneio disse...

Fiquei com Vontade de sair gritando depois ter lido vc...!
Porra! que linhas vicerais.=)
.
[suspiros]...Tão longe!