Você
Que se posta agora a frente do meu ser
Que calcula
Que sabe o valor dos percentos
Você que ri aquilo que deveras chora
Que olha pra mim
Renega a minha criança e diz:
Vá embora!
Agora não é hora!
Você
Que hoje priva meus pés da textura da rua
Que me veste
Que me dá teu veneno maduro
Você que é o espelho que me machuca
Que me afoga
Rasga os meus desenhos e diz:
Vá embora!
Agora não é a hora
Você
Que esqueceu daquele tempo
Que esqueceu do que eu queria
Esqueceu o que eu sentia
Se era noite ou era dia
Se era dor ou fevereiro
Pra onde foi o meu mundo inteiro?
Você é triste
Eu sou aquele ainda
Eu não sou teu prisioneiro
Você dormiu todo esse tempo em silêncio
Esperando
Espreitando
Caçando o meu sorriso
Bebendo do meu choro
Fez o que com o que era livre?
Veste teu terno e olha pra mim
Olha a lua e olha o sol
Vai embora de mim
Vai embora de mim
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
VOCÊ
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segunda-feira, 12 de novembro de 2012
O Diário de um Espantalho
Eu vou assim
Por aí
Eu sei o que dói em você quando os teus olhos me revelam
O gosto que a tua boca desconhece
O ponto cego que o teu coração não vê
Sei lá, não há luz alguma nas tuas velas
Claro
Sim, sou eu
O farrapo que atravessa a tua festa
Mas não vejo ninguém aí sorrindo
Não vejo uma só cor na tua futura fotografia
Pra onde?
Pra onde você corre quando a tua verdade te assombra?
O carro
A bebida fina
A luz estroboscópica
Seu caráter agachado no escuro
Cuidado, aí vem São Francisco com os olhos de raio x
Aí vem São Francisco com seu violão
Tá bom
Eu prometo não falar mais sobre isso
Eu vou assim
Por aí
Você diz que acha divertido a bagunça que há em mim
Por que então eu nunca te vejo sorrindo?
Por que você fita o espelho e continua mentindo?
Postado por Beto Renzo às 21:11 0 comentários