segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O Diário de um Espantalho


Eu vou assim
Por aí
Eu sei o que dói em você quando os teus olhos me revelam
O gosto que a tua boca desconhece
O ponto cego que o teu coração não vê
Sei lá, não há luz alguma nas tuas velas

Claro
Sim, sou eu
O farrapo que atravessa a tua festa
Mas não vejo ninguém aí sorrindo
Não vejo uma só cor na tua futura fotografia
Pra onde?
Pra onde você corre quando a tua verdade te assombra?

O carro
A bebida fina
A luz estroboscópica
Seu caráter agachado no escuro
Cuidado, aí vem São Francisco com os olhos de raio x
Aí vem São Francisco com seu violão
Tá bom
Eu prometo não falar mais sobre isso

Eu vou assim
Por aí
Você diz que acha divertido a bagunça que há em mim
Por que então eu nunca te vejo sorrindo?
Por que você fita o espelho e continua mentindo?

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