segunda-feira, 15 de maio de 2017

Nem medalha nem a canalha

Pinte a parede com o que digo
Guarde o que eu calo
Não me julgue com tua régua
Não me entenda
Nem tente
Não vim pra ser uma foto num catálogo
Eu me ajeito e te escapo

Conte uma piada a meu respeito
Guarde o teu desejo
Não me vença no veludo trêmulo
Não me aceite
Nem tente
Não vim pra um passeio no parque
Eu me sujo pois eu quero

Eu apanho quando eu quero
Eu te apanho quando eu quero
E tchau…

Espalhe por aí os meus defeitos
Guarde o meu coração
Numa varanda para o esquecimento
Numa cripta breve
Nenhum presente
Nem medalha nem a canalha
Eu morro e sigo…
Eu morro e sigo sendo o teu descontentamento

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