terça-feira, 27 de junho de 2017

Meu monstro

Chegue agora
Não demore que a noite é foda
Chegue antes do silêncio
Chegue na nossa hora

Apotecário da minha alma
Desde sempre
Desde o meu berço
Até antes do sol e da lua
Antes mesmo do relógio...
Quando eu ainda imaginava os rosto
Quando eu ainda imaginava o mundo
Botava o nome nas coisas
Rabiscava o riso e o choro
Vem agora
Socorro

Chegue agora
Não vacile que o coice é foda
Chegue antes dos calmantes
Chegue quebrando as portas

Apotecário da minha alma
Desde sempre
Desde o meu berço
Até antes do meu próprio nome
Antes mesmo desse tempo...
Quando eu ainda nem sentia fome
Quando eu ainda nem tinha um corpo
Inventava as cores de tudo
Calculava o riso e o choro
Vem agora
Socorro

Chegue agora
Não demore que vida é foda
Nem cairei com a cara de karoshi
Nem me afogarei no fútil ócio

Meu monstro
Tu és só meu e não és dócil
Tu és só meu e não és dócil
Mastigue essa dor
Cuspa
E me leve embora

Nenhum comentário: