segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

COMIGO

Deixa isso aqui comigo
Feito um bebê a ser guardado
Feito um espaço de tempo a ser velado
Quando passarem os dias
As tuas risadas
Dirá tranquilamente ao mundo
Que fui apenas uma tarde
Fui apenas e nem mais que isso
E mais nada

Quanto da nossa voz
Gastaremos com o que a gente não fala?
Quanto é que eu te devo
Da minha alma rica e solitária?

Então deixa isso comigo
Que eu tomo conta
Como quem cuida de uma lágrima quando a vida quase nos escapa

Deixa isso aqui comigo
Feito um lembrete na porta da geladeira
Feito um brinquedo que a criança só olha
Quando seguirem os dias
As tuas lombadas
Dirá abertamente ao mundo
Que fui apenas uma tarde do lado de fora
Mas em teu peito uma tarde que nunca mais foi embora

2 comentários:

Um devaneio disse...

Vc me fez lembrar de uma música de Baleiro: Comigo.
.
.
Suas linhas me remeteram a um trecho:
(..)Você vai bem se vem comigo(..)
.
.
Sempre se leva algo de alguem e sempre se deixa.
Não foi bem isso que Baleiro disse, mas foi essa a impressao que tive ao ler suas linhas.
Belas linhas.
.
.
E sim, difícil não se apegar, né mesmo.
Eita Lua(rs).
Q bom tê-lo de volta a esse mundo indócil.
.
.
Luz, querido amigo.
bjo.

Beto Renzo disse...

Eu acho que deixo sempre alguma coisa valiosa antes de me perder de alguém... e olha, eu me perco tão bem que a pessoa não me acha mais.
Talvez seria melhor ser diferente... mas a gente é o que é. :-/