quinta-feira, 8 de abril de 2010

NEM VEM QUE EU NEM SEI


Nem vem você
Que hoje eu nem vou me dar assim tão cego
Eu pego meus cacos e vou pra lá
O que dizer
Se o que queres resgatar de mim hoje eu nego?
Eu sigo a estrada que acaba em tua língua
Eu rio a melancolia da tua pinga

Nem vem você
Que hoje eu nem tenho uma mentira pra dizer
Fui benzer umas datas do calendário
O que perder
Se deixei tudo que é de mim em teu peito?
Eu vivo a prévia da ressaca que te espera
Eu morro a mentira que você berra

Que flor assim tão singular
Vive tanto tempo sem alguém pra vigiar?
Que dor assim tão devagar
Passa tão serena sem alguém pra consolar?

Nem vem você
Que hoje eu vou me lambuzar do teu veneno
Eu dano a lógica da canalha
O que dizer?
O que jogar fora do porão das nossas coisas?
Eu vendo caro duas sílabas semi-usadas
Eu deixo meu nome murmurando em tuas calçadas

2 comentários:

Um devaneio disse...

Quando se perder de vista...
quando até a fala acalma.
Vem o barulho do coração contrário
te fazendo voltar pro agora!
.
.
Quero fugir, só não onde me esconder!
Pq sei q ele acha...
[droga..seus poemas como sempre stão em sintonia braba]
Bjos..e luz.

Beto Renzo disse...

Acho que temos passado pela mesma coisa... ou pelas mesmas inúmeras coisas que, mesmo doloridas, fazem o passeio neste planeta valer o preço da passagem.