sexta-feira, 12 de agosto de 2011

MENINA DE FEVEREIRO


Se perde boba e aguda dentro da clareza do meu coração
A mesma fala intacta de qualquer verdade
A mesma miséria no olhar cheio de contradição

Se perde solta e livre dentro da bagunça do meu coração
A mesma que corria o leito do sonho daqui
A mesma que havia antes de haver o chão

O que me dói então?
Se sabes tudo diz o que me dói então?
Se és a dona do mundo por que vive presa no fundo da tua própria solidão?

Passeio pelas tuas veias o dia inteiro
Passeio pelas tuas amarguras
Passeio pelas minhas alturas
Por que gosta tanto de me machucar, menina de fevereiro?
Minha doida de fevereiro

Se acha quieta e chorosa quando no sono te abraço enfim
A mesma mistura de violência e ternura
A mesma fundura onde tua alma se joga sobre mim

Se acha engraçada e úmida quando me acha no teu tesão
Teu medo é meu corpo do outro lado da rua
Teu receio é que eu possa ver na tua escuridão

O que me rói então?
Se sabes tudo diz o que rói o meu coração?
Se és a mulher que me procura então me tira do lodo da tua falta de perdão

Passeio pela tua nuca o dia inteiro
Passeio por debaixo da tua vergonha
Passeio pelas vontades da tua manha
Por que gosta tanto de me evitar, menina de fevereiro?
Minha doida de fevereiro

2 comentários:

Edilson Cravo disse...

Não me xinga, ok? Imaginei a Martin'alia cantando isso....rs. A poesia tá linda pra variar...rs.
ótimo fim de semana. Abraços.

Beto Renzo disse...

Xingar pq? rs
Eu não havia imaginado um samba ou algo assim mas acho que rola.