terça-feira, 25 de novembro de 2014

Maquiagem

Ela nem sabe enquanto passeio no seu mundo fácil
Enquanto sorri dolorosamente o ensaio
Quando eu rondo a noite atrás da vida plena
Quando eu queimo as folhas da etiqueta

Eu torro os olhos nas coxas bem feitas
Deixo meu coração em mãos desengonçadas
Que não sabem segurar uma alma alheia
Só sabem guardar a ferrugem das moedas

Ela nem sabe enquanto compra o sonho da prateleira
Enquanto pinta no rosto a mulher certa
Quando eu me acabo no ringue das perguntas
Quando eu sangro a teimosia dos poetas

Eu danço e choro uma alegria mais sincera
Entrego aos homens a lataria perene e seca
E a Deus reservo minha melhor conversa

Ela nem sabe enquanto se ocupa com o alvo dos meus olhos
Quem é a raposa
Quem é a Cinderela

Um comentário:

AMADORA DAS ESCRITAS disse...

Um arraso de poesia,com personalidade incrível...
Beijos!