sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Mercado

Há algo e eu sei
Que eles não vêem
Há algo e é o meu bem
Há algo

Há algo e eu sei
Que o dono é ninguém
Há algo nosso, meu bem
Há algo

Na cara de quem aceita
O contracheque fácil
Pra ficar calado
Diante do estrondo

Que varre a madrugada
Quando as almas são quebradas
Na máquina do mercado
Há algo  e está errado

No hálito de quem reza
A propina assombrada
Enquanto ali na esquina
O sonho se ferra

E varre a madrugada
A alma espedaçada
E a máquina do mercado
Sempre atenta

Mas aguenta, meu bem
Há algo que nos espera
E há de ser o algoz da máquina

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