Há algo e eu sei
Que eles não vêem
Há algo e é o meu bem
Há algo
Há algo e eu sei
Que o dono é ninguém
Há algo nosso, meu bem
Há algo
Na cara de quem aceita
O contracheque fácil
Pra ficar calado
Diante do estrondo
Que varre a madrugada
Quando as almas são quebradas
Na máquina do mercado
Há algo e está errado
No hálito de quem reza
A propina assombrada
Enquanto ali na esquina
O sonho se ferra
E varre a madrugada
A alma espedaçada
E a máquina do mercado
Sempre atenta
Mas aguenta, meu bem
Há algo que nos espera
E há de ser o algoz da máquina
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