Tampe a garrafa, menino
E se você escapa? Como eu fico?
Não é isso que te pediram
Não é isso que te ordenam
Há um segredo tenebroso no meio do concreto
Há um silêncio obtuso quando o assunto é o peito
Deixa disso
Tome jeito
O jeito que eu te peço
Peço, peço… mando
Mando!
E eu com isso?
Se dói o som do rádio num taxi às três da manhã
Se é bom o abraço de um amigo bobo mas puro
Se tem saudade do carinho que calou teu ronco
Eu pouco me importo
Eu pouco sinto
Eu sou o máquina
Eu minto e minto e minto
E boto o pau na mesa pra foder com tudo
Eu mato o sonho de amanhã
Eu mordo o mundo
Mas me cago de medo da tua alma
Tenha calma
Tampe a garrafa, menino
quinta-feira, 30 de março de 2017
Garrafa
Postado por Beto Renzo às 01:01 0 comentários
quinta-feira, 9 de março de 2017
O eco contrário
Estica as mãos pois sente medo de não ter nada
A árvore da porcaria imaculada
Amoras de estanho
Amoras
Aranhas
Veneno
A gente toda se debatendo
A teia do homem é ele mesmo
A teia do homem é ele mesmo
Você no fundo sabe
Gasolina adulterada
Felicidade adulterada
Qual é a verdade inventada pra esta semana?
A dor é insana
Mas a gana vale teu sono
E uma foto sorrindo no jornal
Estica os goles pois sente medo de não sentir nada
O conta-gotas de caráter
Amores de estanho
Amores
Roedores
Veneno
A gente toda se debatendo
A minha febre está fora de moda
A minha febre está fora de moda
Você no fundo afoga
Gasolina adulterada
A vida adulterada
Qual é a desculpa profetizada pra esta semana?
A dor é insana
Mas dropei de alma noutro rolé
Você não quer porque não vê
A febre
A febre… a febre
Postado por Beto Renzo às 01:26 0 comentários
sábado, 4 de março de 2017
A quarta e as cinzas
Eu mergulho meu tempo nesse terno cinzento
E me apego ao que possuo e que já perco
O pranto da vela endurecida nos meus dedos
A febre do som
Do vento
A taquara que não mais me atrai com algum segredo
As mordaças que tanto rompi
Ali
Estiradas no asfalto soturno
Banhadas pela lua
Veladas pelo sino rouco da mesma igreja
Eu mergulho meu tempo num café amargo
E arremesso meu corpo para as costas do jornal velho
O riso tolo engarrafado no atual silêncio
As noites de vida
De luz
A lembrança descabida que perturba o sono covarde
As janelas que eu perturbava
Aqui
Fechadas para todo o sempre
Lacradas por nós mesmos
Quando erroneamente pensamos que a vida não guardava mais segredos
Postado por Beto Renzo às 01:29 0 comentários
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