quinta-feira, 30 de março de 2017

Garrafa

Tampe a garrafa, menino
E se você escapa? Como eu fico?
Não é isso que te pediram
Não é isso que te ordenam

Há um segredo tenebroso no meio do concreto
Há um silêncio obtuso quando o assunto é o peito

Deixa disso
Tome jeito
O jeito que eu te peço
Peço, peço… mando
Mando!

E eu com isso?
Se dói o som do rádio num taxi às três da manhã
Se é bom o abraço de um amigo bobo mas puro
Se tem saudade do carinho que calou teu ronco
Eu pouco me importo
Eu pouco sinto
Eu sou o máquina
Eu minto e minto e minto
E boto o pau na mesa pra foder com tudo

Eu mato o sonho de amanhã
Eu mordo o mundo
Mas me cago de medo da tua alma

Tenha calma
Tampe a garrafa, menino

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