sexta-feira, 19 de março de 2010

ATÉ LÁ


Até lá ainda vai acontecer no meu rosto
Uma chuva qualquer num outono
O músculo engrenado num pranto ou num riso
A cor da saudade daquela menina
A calmaria dos sonos desordenados com o relógio do dia

Até lá ainda vai me acompanhar por aí
Uma lua que sopra o que os loucos ouvem
A doçura que falta no que os covardes escolhem
O ponto final de toda mentira
O descaso afinal que flutua acima dessa vida impostora

Até lá
Eu serei menos o que nem sou
O que nunca fui
O que nunca estou
Quando na curva de um conselho eu me abasteço de outro valor
Até lá um dia dirão tudo que eu ousei dizer
Dirão que eu morri de tanto o meu coração bater

Um comentário:

Edilson Cravo disse...

Fala Beto:

Msravilhosa poesia, a intensidade gera o desasossego e acho que não há nada melhor que nos sentirmos vivos, assim como este brilhante texto.Bons ventos pra ti..abraço;