terça-feira, 13 de setembro de 2011

SEM PACIÊNCIA

Quase noite de mim já
Eles assim amontoados com os punhos fechados
Os donos de tudo que amanhã nem existe mais
As faces com a mesma incerteza
Os corações murchos
O cadeado das desculpas confortáveis
O medo de ser gente que está em moda
A alma trancada
Onde sou um ladrão a desfrutar do frio desse cofre

Sou um vadio na boca dessas futilidades

Quase noite de mim já
Alguém assim sem jeito como dizem as marionetes
As folhas doentes que o jornal podre tosse
A multidão de crentes que pequeninamente se envaidece

Uma salva à sala das copas lustradas
A vida como um esporte
O sexo como um esporte
A família como um esporte
A informação como um esporte
O amor como um esporte

Seria uma lápide dourada o prêmio pra tanta falta de humanidade?
Seria a fortuna tão leve de se levar pra lá?
Lá... logo lá.

Eu me despeço
Meu pranto e meu riso
Quando sou tragédia
Quando sou piada

Sem paciência pra quem nunca diz realmente nada
E já é quase noite de mim

Nenhum comentário: