Quando me aponta o dedo
Quando me soca a cara
Quando ri do meu som tosco
Quando me esquece lá fora
Quando me toma por tolo
Quando meu corpo ignoras
Quando me solta teus cachorros
Quando nunca me acolhe
Quando me mastiga sem dó
Quando me cospe no chão
Quando mata meu sonho calmo
Quando calma me ignoras
Quando me rouba o sono
Quando me beija sem tesão
Quando rasga meus poemas
Quando põe fogo no meu violão
Quando você foi embora
Quando você foi embota
E quando for embora
Não se atrevas a ir antes de mim
Deita rígida e inóspita de qualquer tranquilidade
Engole tanto peso com teus olhos endurecidos da tua secreta saudade
Sim, és covarde
Mas eu te carrego leve por todo esse meu tempo
Limpo tua consciência dos entulhos das tuas certezas bombardeadas
Não terás o meu tapa em retorno
Terás no meu peito a tua casa
Eu teria em minha lápide não o meu nome por fim:
Apenas aquele que amou Fulana tanto assim.
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