quarta-feira, 9 de abril de 2014

Consumo

Teremos tudo
Toda grana e toda glória
Todos os louváveis títulos acadêmicos
A taça do campeonato
Teremos os filhos encomendados
Na língua o hálito metálico
O peito vazado pela lâmina da modernidade
Consumiremos tudo do lodo intoxicante
E nada da nossa humanidade


Teremos tudo
Toda fama e toda razão
Todo o som moribundo da casa vazia
A dor do riso forçado
Teremos os amigos digitalizados
No beijo a alma intocada
O olhar voltado para o futuro plástico
Consumiremos tudo do lixo vaidoso
E nada da nossa humanidade


Teremos tudo

E enfim seremos bastardos de nós mesmos

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