quarta-feira, 23 de abril de 2014

É Isso Mesmo

Busquei teu colo feito alguém perdido
Um exilado do mundo
Um violão sem canção
Quando derrapei nessa estrada confusa chamada coração


Fiz dos teus olhos o meu único vigia
Um soltado lacônico
Um analgésico proibido
Pra essa dor caprichosa que eu roubei feito um bandido  


Você escreveu
Talvez sorrindo
Talvez mentindo
Que a vida segue e é isso mesmo
É isso mesmo


E eu só te joguei meu sorriso
Como quem joga as poucas moedas que leva no bolso


Chorei sobre o balcão de um boteco
Nem era feriado
Nem era fim de festa
Era minha alma esquisita que você diz que não presta


Você nem viu
Talvez dormindo
Talvez sonhando
Que eu vivo e é isso mesmo


Pois há nessa lágrima um abraço
Há nos meus cacos algo intacto
Há no meu luto sempre um recomeço

Pois eu vivo e é isso mesmo

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