Busquei teu colo feito alguém perdido
Um exilado do mundo
Um violão sem canção
Quando derrapei nessa estrada confusa chamada coração
Fiz dos teus olhos o meu único vigia
Um soltado lacônico
Um analgésico proibido
Pra essa dor caprichosa que eu roubei feito um bandido
Você escreveu
Talvez sorrindo
Talvez mentindo
Que a vida segue e é isso mesmo
É isso mesmo
E eu só te joguei meu sorriso
Como quem joga as poucas moedas que leva no bolso
Chorei sobre o balcão de um boteco
Nem era feriado
Nem era fim de festa
Era minha alma esquisita que você diz que não presta
Você nem viu
Talvez dormindo
Talvez sonhando
Que eu vivo e é isso mesmo
Pois há nessa lágrima um abraço
Há nos meus cacos algo intacto
Há no meu luto sempre um recomeço
Pois eu vivo e é isso mesmo
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