Você, meu anjo de olhos de esmeralda
Meu anjo irritado
A esperança nas minhas trincheiras
Minha guerreira
Meu gol do campeonato
Eu, tolo, te entrego meus tortos poemas sem rima
Pois não há rima digna da tua beleza
Eu, que nunca te levo a minha casa
Visto que a minha casa jaz dentro de você mesma
terça-feira, 17 de maio de 2016
Anjo irritado
Postado por Beto Renzo às 10:43 0 comentários
quarta-feira, 11 de maio de 2016
O niilista
Não, hoje não
Não me fale do que há pra comprar
Da potência ou de quanto irá brilhar
Não me olhe através das coisas
Você fica tão feia… tão igual
Não aplauda o discurso bobo de bar
O abuso de quem pode pagar
Não me diga que é preciso aguentar
Você fica tão feia… e eu vou
Me conta
Quem segura a tua onda quando a farra acaba?
Quem conta a tua história quando você se cala?
E o tempo nos olha da esquina
Não, hoje não
Não me venda as tuas bugigangas
Tua ferrugem pra olhar as pessoas
Não me pese através das coisas
Você fica tão feia… tão igual
Não repita meu nome em tua cama
Minha culpa quando você não ama
Não me implore a tua tosca fama
Você fica tão feia… e eu vou
Me conta, me conta
Quem ainda apronta no céu?
Tua carteira ou as estrelas?
Postado por Beto Renzo às 16:52 0 comentários
Te pego lá fora
Você me espera além da soleira da porta
Além da segurança do meu bloco
Arma a sua jogada
Prepara a sua armadilha
Mas se descuida
E se lambuza com a lama da sua própria bota
Você me espreita onde termina a minha frase
Onde respiro na minha pausa
Espalha o seu veneno
Cozinha o seu julgamento
Mas se descuida
E se lambuza com a lama da sua própria bota
E faz tempo que te espero
Faz tempo que incentivo qualquer coragem sua
Faz tempo que anseio pelo seu desafio
Pelo seu convite para que me enfrentes
É tão chato esperar pra quebrar a cara da tua falácia
Mas você recua
E se lambuza com a lama da sua própria bota
E se borra
E se borra
Mas espero
Eu te espero pra qualquer hora
Postado por Beto Renzo às 14:05 0 comentários
quarta-feira, 4 de maio de 2016
Vamos Vamos
Vamos ficar só num aperto de mãos
E dominar o nosso peito
Adestrar qualquer sentimento que combata a calculadora
Vamos recolher o riso
Vamos odiar com uma boa educação
E afogar o perdão
Assassinar a ponderação que desafia o gráfico percentual
Vamos desmaiar num susto fingido
Numa lágrima registrada
Enquanto no infinito deserto lucrativo
Dormem os ossos dos nossos irmãos
Vamos comprar o discurso
Vamos ficar calados no meio do pranto
Pois haverá o espólio podre
Haverá o hálito de ferrugem das hienas da corporação
Vamos desmaiar num susto tingido
Numa repulsa ensaiada
Enquanto limpamos dos nossos dentes
Os sonhos mortos dos nossos irmãos
Postado por Beto Renzo às 17:09 0 comentários
segunda-feira, 2 de maio de 2016
Moleque
Ninguém dali dava nada pra ele
Ninguém sabia do mundo dentro dele
Pra toda a gente
Pra toda a paróquia
Só um moleque riscando parede
Ninguém olhava além do retrato
Ninguém ouvia além da sirene
Quando era guerra
Quando era feriado
Só o moleque brilhando pra gente
Mas veja que chove
E depois vem o sol
Veja que dorme
E depois corre o mundo
Essa coisa que o adulto já esqueceu
Aquilo que era tudo e também era eu
Moleque, moleque
Como a gente se perdeu?
Moleque, moleque
Agora o tolo sou eu
Agora o tolo sou eu
Postado por Beto Renzo às 01:22 0 comentários
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