quarta-feira, 18 de março de 2009

NÃO ME AME


Guarde o conselho que agora eu vou te dar
Não me ame nem pense em me amar

Eu não valho a pena
Eu não valho o dilema de comigo se ocupar
E ver desmoronar a plástica verdade das cortinas de seda
Ver morrer o sentido do mármore na varanda da casa
A inutilidade dos vastos quartos
Das caras salas vazias
Da prataria lacrada
Da fonte onde ninguém se esbalda
Pois o que te cerca é o que pra mim te torna menor
E menor
Do que a verdadeira imensidão do que é o amor

Guarde a palavra que agora tenho que usar
Não me ame nem tente me amar

Eu não valho isso
Eu não valho a contramão do que acreditas
E o saber que a qualidade da etiqueta é ouro de tolo
Saber da também tolice no mais puro tostão de outro
Da imundice moral do restaurante caro
Dos canalhas bem vestidos
Do jornal mentiroso
Da tristeza travestida de riso na fotografia
Pois o que colecionas é pra mim o que te faz miúda
E miúda
Frente à verdadeira generosidade do que é o amor

Guarde a verdade que agora tenho que usar
Não me ame nem diga me amar
O amor não é isso no seu bolso que você tenta me dar

Um comentário:

Um devaneio disse...

Não, não e não.
.
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Um passo de cada vez..
dois passos e+1 sujeito=2.
precisa seguir a mesma rua, nem dormir na mesma casa não
Só precisar ser feliz!
.
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Livro de receita, só estraga o sabor do bolo.
Põe amor e carinho que fica menos difícil.
Mas de vez enquando dá uma olhada,
para ter certeza de que tudo vai ficar bem!
.
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Não, não é não.
regras não.
.
.
Um pouco de humor e ironia.
quem vai querer?
quem vai reter?
.
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Devaneios.
.
.
Luz e cores na sua vida!
Um xêro.