sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

CINCO MINUTOS

Fogo de palavra
Bolsa junto ao corpo
Pernas que passavam
Rostos sem sim nem não
Era ali na esquina
Na ponte Octavio Frias
Na linha azul
Na idéia que não abrias ao mundo
Teu absurdo doce
Doce e puro

O silêncio fosso
Banco de couro
Amor de aço

O osso que um cão sonha
Pra amanhã
Pra agora o nunca é nunca

Luz de olho calmo
Guarda-chuva aberto
Braços esticados
Um sonho é a contra-mão
Era ali na Sé
No edifício Itália
Num isopor que voa a marginal
Com água quase fria
Quase pura
Quase sua

O silêncio manco
Marca de cigarro
As câmeras do banco

O quero-quero vendo o jogo
Das gramas do Pacaembu
O coração full

Bala de saudade
Azul no céu da boca
Cinco minutos no nada
Cinco minutos é uma vida
No meio da tarde o amor é uma idéia louca
Que come concreto e aço

E agora?

Um comentário:

Edilson disse...

Querido Beto,
que delícia vir neste espaço e sempre encontrar sua genialidade expressa em cada linha que leio. Espero vc no meu blog, hein?
Grande abraço