terça-feira, 15 de junho de 2010

NOSSO TEMPO

O que será que pensam de nós os bilhetes esquecidos pelas gavetas?
Será que dança sobre a pia o copo quando eu ainda não voltei pra casa?
Quando a minha estrada é o nível amarelo de um copo de cachaça
Que uso feito uma borracha pra apagar teu nome dentro de mim

Será que riem ou que choram as estrelas quando falo sozinho minhas doideiras?
Quando eu canto baixinho essa tristeza
Quando eu subo pelas escadas os andares do meu peito
Andar por andar
Tantas portas fechadas e apenas a mesma chave
E você sabe
Ah, você sabe

O que será que pensam de nós os confetes amanhecidos da quarta-feira?
Será que sussuram a nossa vida às serpentinas aterrizadas na sarjeta?
Quando a minha casa é teu sorriso fotografado naquele tempo
Picado em pedaços soltos nalgum vento mas todo inteiro aqui dentro

Será que você me vigia pra garantir que eu não escapo do teu esquecimento
Ou me guarda com afinco pra lembrar que deve me esquecer um dia desses...
Antes do fim do nosso tempo?

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