Suba então
Suba agoraDo dia que definhou lá fora
Da noite que morre do outro lado de tua pele
Teus olhos com sede de fogo
Filmando só esse brinquedo bobo
Esse velado sufoco
Dessa gente que aceita tão educadamente tamanho desconforto
Teu grito!
E agora?
Já nem pedem tua presença à mesa
Rabiscam teu rosto na foto
Apagam tua voz dessa estranha música que voa
E que tanto os incomoda
Pois sabem que nem podem mais pegar tua selvagem alma
No salão despenca suave a poeria agora
Os tacos nem mais tremem à pressão das solas
O balcão está seco
O ar descarrega-se do hálito de pinga
Em tua cama tudo morno e quieto
Tudo ontem e sempre
Um século atrás e amanhã também
E ainda tem
Depois de tantos giros do teu coração ao redor da lua
No teu pensamento mais fundo
Aquela mulher quando dorme toda tua
Faz você perdoar as mancadas inevitáveis deste mundo
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