sexta-feira, 15 de março de 2013

NU

Fui até o último degrau
A escadaria abandonada
Nada das antigas crianças que por ali voavam
Nada do olhar flamejante que eu escondia
Mas a fagulha da minha alma
A fagulha nos âtomos de minha abandonada lágrima
É estranho encontrar Deus sem estar nu

Fui até o último telhado
O verão ensolarado de mim
Qualquer dúvida secava à sombra dos meus heróis
Qualquer monstro dobrava ante os olhos dos meus pais
E a fagulha do que sou
Nem criança ou homem ou nada
Meu lugar

Labirinto de existir
Estou nu quando Deus vem me buscar

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