domingo, 24 de abril de 2011

A CHUVA DAS PRIMAVERAS

Algo me alcança sem que eu espere
Como algo novo numa manhã comum
A surpresa da chegada de alguém perdido
Esquecido entre os giros do ponteiro do relógio
O céu
Nublado mas feliz
Tanto faz a umidez da chuva leve
Jaz aquele daquele tempo
Aquela avenida
A grama do jardim dos fundos
Suada depois da madrugada
As nossas cabeças que voavam para outros continentes
Outros planetas, outras vidas
Gritávamos numa alegria
Enfeitávamos todo o mundo com nossas invisíveis alegorias
Um sinal! Um sinal e o farol todo absurdo
Quem vai dormir e qual será a casa de hoje?
Um filme, um livro
O baseado e a febril tosse
A total falta de vontade de qualquer posse fútil
Eis que tudo já havia e já habitava os nossos corações
Tão livres e loucos
Malucos de tudo
Incólumes de todas as bobagens da vida escravizada
Enquanto o mundo tentava nos abater com suas fornalhas
Com suas mãos de moer gente e fazer pedra
Em assalto roubávamos toda possível risada
Pois já era nossa antes mesmo de toda esta boba terra

Algo me alcança
Algo que habita a música de minha alma e que eu esqueci
Que despencava leve e potente com a chuva das primaveras
Algo que eu esqueci
Mas que hei de lembrar outra vez
Pra sempre

Um comentário:

AMADORA DAS ESCRITAS disse...

Nossa que saudade!
A felicidade deve ser um presente constante,por isso,tão difícil se dar conta dela.
Te amo meu gato!
Beijos!