segunda-feira, 25 de abril de 2011

ENTENDE NADA

Não entende não é mesmo?
Teima em tentar me derrubar com tanta potência
Desmonta-me do que compreendem teus olhos
Tenta me ver por dentro
Tenta ver o que só a mim pertence
Não vê nada
Tens apenas os olhos da cara
Não tem os olhos do espírito
Não tens de mim nada
Rouba minhas lágrimas
Poupa meu riso no baú de tuas coisas?
Coisa pouca
Coisa nenhuma
Tritura meus sonhos
A música do meu peito
E mesmo antes do teu inverno
Do falso inverno da minha derrota
Do pó de minha alma me refaço todo
Feliz tolo e inteiramente novo
O mesmo
A mesma gargalhada inocente
Homem e criança
Pronto para inventar meu próprio mundo

Não entende não é mesmo?
Levanta a mão contra minha inquietude luminosa
Acorrenta a luz que meu olhar desbota
Tenta me apagar do mapa
Tenta apagar a minha voz levada
Não pode nada
Tens a força que nada move
Não tem a coragem da estrada
Não tem a minha estrada
Rouba meu afago
Amarra meu amor numa tempestade
Amor eu faço como bem entendo
Amor eu dou de graça
A qualquer hora
Você não entende mesmo nada

3 comentários:

AMADORA DAS ESCRITAS disse...

Estou aqui emocionada lendo esse poema tão forte e ao mesmo tempo permeado de uma resignação incrível!
São paralelas que só você pode traçar...Um beijo!
Te amo!

Jacque disse...

Que lindo!

Jacque disse...

Que lindo!