Vendo minha vida por uma moeda pra quem puder pagar
Essa que é só minha de sentir
E tão boa pra essa gente bêbada cantar
Deixo tua tarde com o céu lilas
Cubro de ouro teu santo de barro
Calo as buzinas da Vinte e Três
Erguendo o vidro elétrico do teu carro
Pra que tudo seja lindo
Pra que tudo seja certo
Onde de tão verdadeiro meu amor eu findo
Onde enfim eu da tua vida parto
Vendo minha vida por uma moeda pra quem puder pagar
Essa que me guarda os olhos
E que me leva lá longe quando vou me deitar
Deixo teu corpo bem vestido
Tua paz em negrito num cardápio
Teu pescoço enfeitado
Escondo atrás da tua orelha todo o teu ópio
Deixo luzir a prataria da tua festa
Retoco o verniz do teu sorriso
Digo a eles quanto é que custa
O moroso brilho do teu piso
Pra que tudo seja belo
Pra que tudo seja fino
Onde de tão leve eu fujo do teu castelo
Onde eu sou aquele velho menino
Vendo minha vida por uma moeda pra quem puder pagar
Essa mesma moeda que entrego
E que ninguém sabe guardar
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