terça-feira, 11 de outubro de 2011

PRA VOCÊ

Pode ir por aí
Eu te liberto de mim
Eu te recebo assim e te devolvo todo esborrachado
Com a beleza que ninguém dá conta
Com o olhar deliciosamente machucado de perfurar esses tantos muros

Pode ir por aí
Eu te arranco de mim
Eu te arremesso sem fim até onde ninguém te alcança
Até onde nem é homem nem é criança
Até onde nenhum amor daqui conseguiu acompanhar o teu coração

Nem importa a cor do céu naquela hora
A canção que tocava num boteco de esquina
Setenta e três eu te lancei pra vida
Aos sussurros nas orações de Orlando

Nem estou ainda bêbado do mundo
Nem estou bobo e cantando
Nem te peço que queime tua alma no meu solitário encanto
Nem quero que me perdoe por tudo

Pois eu faria tudo de novo e pior aos olhos desses que me caçam
Eu alimentaria esse bando de assustados
Eu mataria a fome desses coitados
Com o meu peito louco e vagabundo

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