terça-feira, 29 de setembro de 2009

COR DE SAUDADE

Não quero nada teu
Tua postura
Tua certeza
Mimada, errada e miúda
Tua voz
Teus dedos que apontam
Teu orgulho e medo
Medo
Medo
E medo...

Não quero nada teu
Tua perfeição
Tua sala
Arrumada, quieta e morta
Tua cama
A chama do teu isqueiro
Tua vida programada
Medo
Medo
E medo...

Nem quero teu perdão
Nem quero tua lágrima
Você chora sorrindo
E segue
Indo
Indo
E indo bem raso dentro do teu peito

Não quero teu consolo
Quero morrer no meu mundo aqui dentro
E hei de nascer aqui dentro de novo
E hei que querer tudo de novo
E hei de buscar no mundo de novo
Você

Pois do filho que a gente ainda não teve
Eu sei que os olhos têm cor de saudade

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