terça-feira, 29 de setembro de 2009

PASSEIO



Despe-se a cidade da pouca luz
O sol detrás de um céu nublado
Acanhado diz adeus

Deita à sombra das coisas
As avenidas
As buzinas
As passadas desordenadas nas escadas do metrô

Que vento pode correr as vias até você?
Que grão de garoa pode sussurrar meu nome em teu ouvido?

Escondo dentro de mim tuas estrelas
A paz é uma solitária beleza
Cercada de feiúra

Desliza à cor das almas
Os viadutos
As cervejas
A arrogância elétrica das torres sonolentas

Que saudade pode furar tuas paredes?
Que vontade pode embriagar teus cães de guarda?

Então eu passeio
Eu passeio
Vê se nalguma esquina você me espera

Reclamo o sabor de uma alegria
Um metro quadrado de vida
Como um abrigo

Dança ao perdão da chuva
Os semáforos
As vitrines
Os copos desalinhados no balcão do boteco

Quem sabe a gente se acha de vez naquele dia?

Então eu passeio
Eu passeio
Vê se nalguma esquina você me pega

Um comentário:

Poemas da Vida disse...

Gostei...está começo, tem meio, sem fim!!
Bjo!