Passou
E foi você quem apagou a luz primeiro
Quem fechou a janela
Quem esvaziou teu lado do armário
Quem soprou a chama da vela
Quem esfriou a cama onde a gente dormia
Soltou os cachorros em mim
Pra ver o quanto tua recusa me doía
Passou
E foi você quem cuspiu no meu nome
Quem botou na ponta do lápis
Quem fez meu olhar passar fome
Quem rasgou o poema que eu fiz
Quem listou os meus defeitos tão bem
Comprou um bilhete só de ida
E botou minha alegria num trem
Quem se pintou de fevereiro
Quem disse “me esquece e some”
E fui guardar o teu nome na chama do meu isqueiro
Agora não entendo direito
Não entendo teu jeito tão atencioso assim
Segui por aí pelo mundo
Me tornei um vagabundo
Figura de botequim
E agora que meu peito tá quieto
Vem assim tão sem jeito
Dizer que sente saudades de mim
...
4 comentários:
Estranho... eu preferiria não ter motivo pra escrever isso... sei lá.
Eu preferiria não ter motivo pra sentir isso, rs.
Mas esse vai e vem danado da vida, as vezes é um saco.
"...e fui guardar o teu nome na chama do meu isqueiro." Ardeu,rs.
Lindo, de linhas e cor.
Luz, um xêro.
O mundo da voltas mesmo!!
Esse seu poema esta cheio de metaforas muito bem construidas e versos deliciosos!
Meu preferido: "Comprou um bilhete de só ida
E botou minha alegria num trem"
Parabens! Acho que a melhor coisa num texto e quando a sinceridade e a inspiracao encontram o talento.
E alguns copos de cerveja também. :)
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